Autor do Mês:Abril
José Paulo Paes
O poeta José Paulo Paes nasceu
na cidade de Taquaritinga, em São Paulo, no dia 22 de julho de 1926.
Posteriormente, além da poesia, ele se dedicaria à tradução, à crítica
literária e à produção de ensaios. Seu avô, que o iniciou no universo da
literatura, era livreiro, e o pai era caixeiro-viajante.
Tentando ingressar no
curso de Química Industrial, ele parte para Curitiba, depois de fracassar na
tentativa de entrar no Mackenzie. Graduado, ele começa a trabalhar no ramo
farmacêutico, mas não deixa de lado o ofício literário herdado do avô. No
Paraná, ainda na época da faculdade, ele se une a artistas, principalmente a
escritores, os quais se reuniam no Café Belas-Artes, localizado diante da
livraria Ghignone. Aí ele conhece o poeta Glauco Flores de Sá Brito, o escritor
de contos e crítico cinematográfico Samuel Guimarães da Costa, o crítico de
arte Eduardo Rocha Virmond e o pintor Carlos Scliar.
Ele se integra
igualmente ao grupo que frequentava a livraria Ghignone, no mesmo período em
que publica seus textos no veículo Joaquim, dirigido pelo escritor Dalton
Trevisan, revista muito atuante na década de 40. Dessa passagem pelo Paraná
desabrocha seu primeiro livro, O Aluno, lançado em 1947, no qual foi
intensamente inspirado por Carlos Drummond de Andrade, a tal ponto que o poeta
lhe sugeriu não reproduzir o estilo de outros escritores.
Ao se mudar para São
Paulo, onde começa a escrever como colaborador para os veículos Folha de S.
Paulo, O Estado de S. Paulo, O Tempo, Jornal de Notícias e Revista Brasiliense,
mas ainda atuando como químico, ele trava amizade com Graciliano, Jorge Amado e Oswald de Andrade. Aí ele também encontra
Dora, sua futura esposa, a quem ele oferece seu segundo livro, Cúmplices,
editado em 1951, no qual ele acha seu próprio caminho.

Ao ser analisada,
esta obra é associada analogicamente ao trabalho produzido pelos poetas da Geração de 45. Neste mesmo período ele integra
uma antologia poética ao lado de Haroldo de Campos e Décio Pignatari, ícones
deste movimento, conhecidos como ‘Novíssimos’, pouco antes do nascimento da poesia concreta,
escola da qual participariam intensamente, com total proveito para José Paulo,
que demonstra os frutos desta vivência em sua obra Anatomias, que vem a público
em 1967, com apresentação justamente de Augusto de Campos. Curiosamente, porém,
este livro revela mais vínculos com o tom poético de Oswald de Andrade, do que
com os ecos do concretismo.
O poeta deixa
definitivamente seu trabalho como químico em meados de 1963, abraçando daí em
diante com paixão o mercado editorial na Editora Cultrix. Ao lado de Massaud
Moisés ele organizou o Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira, lançado em
1967 pela Cultrix. Ao se aposentar, em 1981, ele passa a se dedicar às
traduções de escritores gregos, dinamarqueses, italianos, americanos e
ingleses. Ele traduziu autores do porte de Charles Dickens, Joseph Conrad,
Konstantínos Kaváfis, Laurence Sterne, W. H. Auden, William Carlos Williams,
Paul Éluard, Hölderlin, Paladas de Alexandria, Edward Lear, Rilke, Lewis
Carroll, Ovídio, Níkos Kazantzákis, entre outros.

Tamanha era sua
perícia e seu talento na versão para o português de escritores de outras
línguas, que ele foi designado Diretor da oficina de tradução de poesia no
Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). Em meados da década de 80 ele edita sua célebre obra Um por todos,
uma compilação de todos os seus textos, introduzido pelo crítico literário
Alfredo Bosi. Nesta época o poeta também descobre seu prazer em escrever para o
público infantil.
José Paulo edita, em
1989, sua obra A poesia está morta mas eu juro que não fui eu, através da
coleção Claro Enigma, dirigida por Augusto Massi. Nos anos 90 ele segue em seu
ofício literário, publicando vários ensaios, poemas escritos para crianças,
traduções e poesias. No livro Prosas seguidas de odes mínimas, ele sublima um
período doloroso de sua existência, quando sua perna esquerda é amputada. O poeta
morre em 1998, em São Paulo, sem publicar em vida sua obra Socráticas, lançado
postumamente em 2001.
Fontes
http://intervox.nce.ufrj.br/~clodo/jose_paulo_paes.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Paulo_Paes
http://intervox.nce.ufrj.br/~clodo/jose_paulo_paes.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Paulo_Paes
Nenhum comentário:
Postar um comentário